Trouxemos aqui um recorte do Jornal Folha de São Paulo, onde relata a alta de miopia entre jovens e criança, apontado por especialistas. Confira na leitura abaixo.

“Segundo levantamento divulgado nesta terça (13) pela Secretaria Municipal de Saúde, a rede municipal registrou 866 casos de miopia na população em 2019, quando foram realizadas 260.587 consultas. Até setembro de 2022, já foram identificados 2.026 casos em um universo de 222.754 consultas alta de ao menos 134%, que deve crescer considerando o ano completo”.

Para especialistas, a alta de casos de miopia a dificuldade de enxergar de longe,
grosso modo está relacionada ao uso de telas, intensificado durante a pandemia
de Covid-19 com o ensino remoto e o isolamento. Foi assim com Rafael e com a irmã, Júlia, 6 (foto). “Com a pandemia, eles ficavam na frente da tela o tempo inteiro, inclusive na hora de dormir, no almoço e no jantar, e resolvi levá-los ao oftalmologista para ver se estava tudo bem. Quando chegamos lá, ele estava com 1,25 grau de miopia e ela com 0,5 “lembra a mãe, Fernanda Vicola Barbosa. Na consulta, o oftalmologista afirmou que os irmãos tinham maior pré-disposição à doença porque Fernanda e o marido são míopes e que o tempo de tela foi um agravante.” O nosso olho continua em
formação na infância, ele não nasce pronto, e nesse desenvolvimento ele sofre influên-
cia do ambiente e das atividades que fazemos”, explica Ricardo Paletta Guedes, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Nesse sentido, a redução das brincadeiras ao ar livre e as horas em frente ao videogames, tablets e celulares, que exigem apenas a visão de perto estão mudando a forma como os mais novos veem o mundo. “Quando as crianças ficam menos horas expostas à luz do ambiente externo, as estruturas fotorreceptoras não são estimuladas e o olho cresce mais, favorecendo a miopia”, comenta Luisa Hopker, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. O aumento da doença em crianças e adolescentes vem sendo apontado pela Organização Mundial da Saúde como um desafio e foi tema de um levantamento divulgado no ano passado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia Na ocasião, cerca de 7c% dos oftalmologistas consultados pela entidade afirmaram ter identificado progressão da doença em crianças na a pandemia. Proprietário de uma ótica especializada no público infantil, Michel Bernard Claude Lairé também notou o aumento. “Desde o ano passado constatamos uma evolução. Atendemos crianças de cinco, seis anos, já com dois ou três graus”, relata.

O fenômeno preocupa porque tem aparecido cada vez mais cedo e porque, conforme o olho cresce durante a infância, o grau também aumenta. Essa progressão favorece altos graus de miopia na vida adulta e eleva o risco de doenças oculares mais siriala memo de aucnma e “Há3o anos era raro encontrar crianças com grau de miopia acima de seis. Hoje, atendo crianças com oito anos e 11 graus de miopia”, diz Guedes.

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